Nus Se Terra - Nus Se Komunidadi - Nus Se Adranse - Nossa Herança

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MAR PORTUGUÊS

GostarÍamos de dedicar este poema a todos os marinheiros da Barca Sagres, do presente e do passado, que arriscaram as suas vidas honrando a nossa cultura portuguesa por todo o mundo.

Nus mutu gabadu
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Nus kerey fazeh isti poema fika ungwa dadikasang kum tudu marinyeru di Sagres tempu agora kum fazeh ungwa lembranse di marineru antigu keng ja tomah tantu risku di olutu se bida kauzu ja spalah nus se kultura Portuguese didador ne tudu mundu.

We would like to dedicate this poem to the present sailors of the N.R.P. Sagres and also to all the sailors of the past who risked their lives to spread and honour our Portuguese culture around the world.

MAR PORTUGUÊS

Mar salgado, quanto do teu sal
Mar salgadu, kai kuantu di bos se sal

São lágrimas de Portugal!
Se largri di Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Treversah kum bos, kuantu mai ja chura

Quantos filhos em vão rezaram!
Kuantu fila filu ja reza seng per nada

Quantas noivas ficaram por casar
Kuantu noiba fikah nungka kazah

Para que fosses nosso, ó mar!
O mar fika nus se mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Teng se balor? Tudu teng balor

Se a alma não é pequena.
Si alma ngka keninu

Quem quer passar além do Bojador
Keng kerey passa rentu ne Bojador

Tem que passar além da dor.
Mesti tokar passa kum tantu sufra.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Dios ja dah mar eli se perigu kum se fundezu.

Mas nele é que espelhou o céu
Mas ne eli te speladu ungwa seo.

Poema de Fernando Pessoa


Catia Barbara Candeias, Embaixatriz Maria da Piedade, Comandante Pedro Proenca Mendes(Kabesa di Barku), Embaixador Antonio Faria e Maya, Maria Joao Liew.



PORTUGUESE SEA

O salty sea, how much of thy salt
Its tears of Portugal!
As we crossed thee, how many mothers wept
Many a sons and daughters prayed in vain!!
Many a maidens remained unwed
To be ours, oh sea!
Was it worth it? All is worth while
If only the soul is not greater
He who sails beyond Bojador
Must sail beyond the grief of pain?
God gave danger to the sea and it’s deep
But in it mirrored the glory of heaven

Partilha de Cultura no Bairro Português de Malaca: Poema enviado pela professora Madalena Canas que lecciona em Portugal, na Escola do Paião. O poema de Fernando Pessoa foi traduzido para Papia Português de Malaca e Inglês.

POEMA DI FERNANDO PESSOA: Mestre Madalena Canas di Portugal ja mandar isti poema ne juntadu kum nus se klas di patri Kultura -Arangamintu Korsang Di Melaka ne Padri Se Chang. Tudu palabra ki ja traduzir ne Papia Portuguese Malacca kum Ingles nadi teng bearsu igual.

POEM BY FERNANDO PESSOA: This poem was sent by the teacher Madalena Canas, from Portugal in collaboration with the Sharing of Culture class at the Heart in Malacca Association in the Portuguese Settlement Malacca, Malaysia. The words written in Papia Portuguese Malacca and English is for translation purposes only.

7 comentários:

  1. Obrigada por esta homenagem, não só à Sagres mas como a Portugal, aos Portugueses e aos Portugueses de Malaca!
    Tudo vale a pena quando a alma não é pequena. É mesmo. E a prova que valeu a pena está mesmo em Malaca, nos Portugueses de Malaca! Tanto os Portugueses como os Portugueses de malaca são povos de ALMAS GRANDES!

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  2. Adorei o poema,
    Não tenho gostado nadinha que a Sagres siga a navegar por esse mundo a fazer turismo, enquanto em Portugal há milhares de pessoas a passar fome!
    Não temos, sequer, um barco de largo calado a sulcar os oceanos, assim não entendo a razão de tanta "cagança" do Navio Escola Sagres andar pelos mares a erguer e arrear velas de quando a economia de Portugal não pode com uma gata pelo rabo.
    Estão lindíssimos na fotografia, principalmente a "activíssima e queridíssima" embaixatriz Maria da Piedade...
    Como agora está a ir para o desemprego, seria bom que ela ficasse por aí em Malaca a ensinar o Vira do Minho e nas Festas Populares do S.Pedro, abrisse uma barraquinha de farturas.
    Saudações de Banguecoque
    José Martins

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  3. Parabéns à Cátia, ao Jothi, a todos os que com eles colaboram e a todos os luso-descendentes de Malaca.
    O navio Sagres representa, no estrangeiro, Portugal. Mal seria que não cumprisse a sua missão à conta dos desgovernos e das nossas tristezas. Muito se gasta mal, por cá!... Devemos ter orgulho em levar um pouco de Portugal ao mundo, neste caso através da Sagres e de quem não desiste de coisas difíceis. Mais um ganho:a tradução do poema de Fernando Pessoa. Fico feliz de poder colaborar.

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  4. Parabéns Cátia, mais uma vez um belíssimo trabalho.
    Há que relevar que é graças a estes esforços que Portugal continua ainda vivo nos 4 cantos do mundo.
    Penso que todos nós Portugueses devemos estar gratos por isso.
    Um grande Bem Haja e força para a tua missão.

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  5. A Cátia é uma portuguesa que eu admiro muito em Malaca, onde tem levado a cabo um trabalho, meritório, que desde há anos nunca ninguém o haja feito.
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    Mas a Cátia, como eu é uma pregadora do deserto que por mais púlpitos tenha usado ninguém (dos que deviam) a ouve.
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    Apenas uns poucos e os que ainda lhes vai na alma a portugalidade dos feitos do Homem Português, quinhentista, na Ásia e Oriente.
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    Antes da Cátia, houveram outros em Malaca, o Padre Crispim (que viria a morrer há uns 21 anos de acidente de automóvel) e o Padre Manuel Pintado, bom clérico e meu amigo, que durante a sua missão foi vivendo com umas parcas esmolas.
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    Antes de partir de Malaca para morrer em Freixo-de-Espada-à Cinta, desejou vender o seu espolio, histórico, granjeado durante 4 décadas e ofereceu-o a uma fundação portuguesa, que não o pretendeu e ficou numa universidade de Kuala Lumpur, por 10 mil dólares.
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    Voltando à navegação do Navio Escola Sagres, foi um péssimo projecto de quem o inventou porque não passa mais do que uma aventura, desportiva e de lazer que custa muito dinheiro e que faz falta para alimentar pessoas com fome em Portugal.
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    Se é para engrandecer a Marinha Portuguesa, já navega tarde, porque a nossa marinharia, limita-se ao mar da nossa costa e mais além ao dos Açores e Madeira.
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    O nosso além mar secou e já não há mar e mar como o houvera e deixou de o haver.
    José Martins

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  6. Em Malaca senti saudade do desconhecido. Senti a revolta do abandono.
    Vi jovens orgulhosos da sua identidade. Conheci gente com verdadeira alma lusitana sem nunca cá terem vindo. Já em portugal, com a visita de Noel Felix presenciei um sonho tornar-se realidade para este sexagenário cujo sonho da sua vida era visitar Portugal. Quando parámos de frente para o Mosteiro de Alcobaça, foi com emoção que o ouvi dizer algo como ( era isto que eu via no sonho, obrigado por me teres trazido aqui.) Como podem imaginar, foi por um acaso que ali fui.
    Acredito que a passagem da Sagres por Malaca foi motivo de grande orgulho e reconhecimento para o povo que se sente Português em Malaca.
    É curto, sem duvida, mas muito melhor que o total abandono a que estavam habituados.

    Aqui em Portugal começamos a aperceber-nos da realidade em que transformámos o nosso País. Diz quem sabe que "quem não se sente, não é filho de boa gente", e Portugal não se tem sentido, e não reconhece a sua gente. Portugal abandonou a sua gente, os portugueses espalhados pelo mundo foram abandonados à sua sorte. Laços de séculos foram repentinamente cortados por políticos idealistas sem o mínimo sentido de responsabilidade, inteligência e visão estratégica para o seu povo que infelizmente representava. Porque continua a ser negada a dupla nacionalidade a pessoas nascidas portuguesas antes do 25 de Abril ? Pessoas que continuam a desejar essa nacionalidade ainda hoje!
    Enfim... Um abraço para os amigos que deixei em Malaca, um grande beijo, cheio de saudades para a minha querida irmã Cátia. Nós por cá vamos continuar a trabalhar para tentar aguentar o barco e ir lembrarando a todos quem somos e onde estamos.

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  7. Já republicado na NOVA ÁGUIA
    http://novaaguia.blogspot.com/2010/11/mar-portugues.html
    E no MILhafre
    http://mil-hafre.blogspot.com/2010/11/mar-portugues.html

    Abraço MIL

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